segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ignorância

Desista de esconder-se atrás desses olhos cor de céu. Pare de cegar-se por detrás dessa inocência! Somos criadores dos próprios pecados. Essa inocência há muito passou; nostalgias bem alimentadas não são mais que nostalgia. Saia desse buraco! Arranque sua verdade! Porque os pecados estão passeando pra quem consegue vê-los. Saboreie dolorosamente essa facada de desapontamento. Mas não merece meus perdões. O sangue azedo que te escorre é coberto de pudor. A descoberta final não será dos que outrora seriam inocentes e hoje são ignorantes.

Artur Schütte

JULES

Eu, cada caso, eu agora amando. Animado. Queria de qualquer maneira: “Ali está, a minha mulher. É ela!” Mas ela, nada. Ah, era casada. Detalhe que torna a guerra fria. Demorou! Eu, já sem esperanças, me dediquei ao jornal, até comecei a sair com umas maçãs bizarras, quando ela chegou de surpresa com uma mala:

“Me separei, vim morar com você!”

Eu agora deslumbrado. Amar. Meus poucos amigos repararam:

“Como você está magro, mais jovem, a pele...”

Compramos livros, lemos poesias em voz altas, discutimos uvas. Trepamos na cozinha, no banho, na varanda. Como ela é sensual, gostosa, que boca, corro pro corpo, corro sempre quando chego. Íamos a todos os filmes e peças. Mas começaram aqueles telefonemas anônimos pro celular dela e umas sumidas. E quando eu ligava e ela não atendia? Depois ainda dava aquela desculpa:

“Deixei no silencioso”

Comecei a ter um ciúme como nunca tinha sentido. E quando ela começou a me tratar mal na frente de todos, rir dos meus lapsos, no bar, local público e privado?

Um dia, achei uma caixinha de camisinhas no carro dela. Ela disse o quê?

“Deve ser do meu irmão, eu emprestei o carro pra ele à tarde.”

Tá? A garota provocava fora que gostava de mostrar que era assediada. E era. Merda! A vida é uma merda! Por que não pode dar certo? Num jantar com meu editor ela não apareceu. Chegou tarde em casa. Disse que tinha passado mal no trabalho. Dei um basta:

“O que está acontecendo?”

Brigamos. Ela saiu e nunca mais voltou. Na nossa primeira e única briga. Liguei, liguei, ela não atendeu. Depois, mandou eu fazer umas malas com as suas coisas. Mandou o irmão vir pegar. E então o verdadeiro pesadelo começou.

“Vem garota, volta pra casa, nossa casa.”

Ela, nada. Um dia, ligou, que tinha sido assaltada. Caiu a ligação. Liguei desesperado, procurei- a em delegacias. Nada. Até um amigo encontrá-la na mesma noite, numa festa, dançando com o antigo marido, feliz, felicidade, com aquele ex. Nunca falamos nisso. Fingi que não sabia.

Nos vimos depois, trepamos, ela dizia que ainda me amava. Mas sumia. Estava com ele, óbvio.
Mas nunca assumia. Passávamos uma noite de amor e ela ia embora. Porque ia pra ele. Começou o jogo. Eu tentava, em casa e-mail, decifrar cada frase, cada palavra, até pontuação, pra ver o que estava acontecendo, se íamos voltar. E horas decidindo a resposta, cada linha, cada palavra, para fazê-la se apaixonar por mim novamente. Dava certo. Saíamos. Ela sugeria o restaurante mais charmoso. Era aquele lance maravilhoso. Trepávamos depois. E sumia de novo. Adoeci. Caco. Ela confessou, estava com ele, morando com ele, voltara pra ele, que estava uma merda, eles só brigavam, que detestava a mania dele de ficar em casa o dia inteiro, mas estava morando com ele.

“Vamos voltar, garota.”

Ela dizia que estava pensando seriamente, mas sumia. Então, inverti. Passei a sumir, a fingir que saía com outras. Daí, pirou, veio atrás, me ligava, deixava recados assim:

“Saudades, quero te ver agora.”

Uma vez, me ligou bêbada de uma festa às três horas da manhã. Disse:

“Está tocando a nossa música, estou morrendo de saudades.”

“Vem pra cá já!”

“Não posso!”

E desligou. Devia estar com ele.

“E aí, garota, o que você quer?”

Ela disse que gostava dos dois, se era possível isso, gostar de dois. Ela queria tudo. Fiquei mais doente. Ia a médicos, eles não sabia o que eu tinha. Eu sabia. Minha doença era tristeza. Eu sabia, não adianta mais viver, ela é a mulher, pra que seguir adiante?

Hoje. Quando acordo, penso que ela está encolhidinha, dormindo ao meu lado. Quando saio de carro, finjo que ela está ao meu lado e ligo o rádio e canto pra ela. Você já amou alguém assim? Ofereci tudo. Tínhamos planos: o tal futuro. Mas ele apareceu. O que ele tem? Ela o ama, mais do que tudo. Ama muito. Só pode ser. Ele é o homem da vida dela. Não eu. Ele não quer muito. É duro ser abandonado. É duro ter que esquecer. Amor... Acham que os males da humanidade são curados por ele. Toda burrice, ganância e exploração será esquecida diante de um casal apaixonado numa cabana de felicidade. E se acabam os problemas. Outros dizem que o amor não existe. Desculpe. Vou acreditar que existe. É possível. Mergulhei. Não deu. Mas ele existe, eu vi. Esteve próximo, na palma da mão. E agora me sinto um pregador. O amor existe. É a janela para outro mundo. E é inesquecível. Transforma alguém em outro mais vivo.

Ah, outro dia ela me ligou, dizendo que estava arrependida. Eu dei parabéns pela gravidez e fui dormir.


Marcelo Rubens Paiva

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Para Luisa

Depois de tanta demora, nem sei mais o que escrever. É difícil, tenho que assumir. Nunca fui bom pra falar dos outros; agora, de você. É complicado, porque minha admiração pelas pessoas é totalmente subjetiva. Não admiro alguém porque ela é 1: legal, 2: divertida e 3: me entende. Não funciona desse jeito. Eu admiro pelo jeito de ter calma, pelo jeito de olhar e cuidar de alguém, e até pelo jeito que briga. Eu sou um apaixonado pelos detalhes, e são eles que me conquistam. O detalhe das pessoas que me conquista.

Mas não vim aqui falar de todas as pessoas, vim falar de você. Que prolixidade pra dizer. Tenho que pegar um dicionário pra achar as milhares de indefinições gramaticais que me engolem quando eu tento te definir. Vou tentar metaforizar.

Eu sou um pontinho tímido, um pontinho preto, melhor; eu vivo a minha vida conquistando as pessoas; apesar de tudo, eu sei conquistar. Não fui preto sempre. Já fui de muitas cores. Eu era branco quando nasci, mas fui ficando de várias cores; depende do que aconteceu comigo. Mas preto é uma cor que simplifica bem como eu sou. Escuro, com medo? Egoísta, não sei. Não gosto de falar disso, não gosto de dividir. Não adianta procurar em mim; só há escuridão.

Um dia eu encontrei outro pontinho, mas ele não era preto. Do mesmo jeito, a gente até que combinava. Ele me falava que ser um pontinho preto não era legal. Eu não entendia, já tinha passado por todas as cores e preto, indiscutivelmente, era a mais confortável. Mas não entendi o ponto de vista desse pontinho novo, desse pontinho que, apesar de conhecer muitas cores, continuava branco, pronto pra ser colorido.

Eu fiquei curioso. Comecei a conhecer esse pontinho. As coisas que ele falava eram totalmente absurdas pra mim. Não faziam sentido! Parecia um suicídio. Mas, enfim, eu dividia meu escuro ponto de vista. Que mal faria? Era até divertido conversar com alguém branco. Dava até uma nostalgia no fundo do meu corpo. Mas bem no fundo; não valia a pena querer voltar. Digamos que eram apenas reminiscências.

Um dia, depois de um tempo indefinido, descobri que ser preto não era legal. Foi quase uma obrigação mudar, mas mudei. Ser preto? Não tinha emoção; não dava. Tentei mudar de cor, tentei ser branco. Vivi minha vida durante um bom tempo tentando receber as cores que o mundo tinha a me oferecer, sentir os sabores coloridos e o cheiro das diversas flores. Era um verdadeiro arco-íris de sentidos. Ouvia a hortelã do ar, provava o amor de lábios, tocava em feridas antigas. Tudo de peito aberto, tudo com tinta neutra. Mas um dia, como se eu não esperasse, mas como se eu temesse, uma cor que eu não queria ver de novo apareceu. E tudo virou escuridão.

Você sabe bem do que eu estou falando.

O mausoléu de emoções, que um dia foram guardadas e enterradas, voltou. Eu sentia agonia, eu sentia ódio, eu sentia vontade de morrer, de matar. Eu não me sentia um
pontinho. Eu era... nada. Não me restava mais cores.

Devolva minhas cores! Eu as quero de volta. Eu poderia ser preto de novo, viver fechado, estranho, superficial. Mas desse jeito era pior do que deixar de ser um ponto, deixar de existir era melhor do que não ter cores. Eu queria mudar, podia ser preto.

Ah...! Mas eu nunca esqueceria o brilho, o cheiro, o gosto das coisas. O preto nunca mais voltou a ser suficiente, queria sentir as coisas; aquele velho gostinho da hortelã misturada com amor no final da tarde. Foi assim que eu aprendi a ser colorido, aprendi a mudar de cor.

Essas mudanças não acontecem de repente. São importantes e formam cada um dos pontinhos e o seu modo de viver.

Mas eu nunca vou me esquecer daquele pontinho que tentou me ensinar como a vida realmente podia ser boa, como os sabores que flutuavam e serpenteavam no ar estavam por aí justamente pra quem os queira sentir, cheirar, tocar. Vou lembrar pra sempre de quem tentou me mostrar todas essas coisas lindas e coloridas.

Foi aquele pontinho branco que sabia mesmo como viver, que falava umas coisas engraçadas e absurdas; que merecia viver pra sempre, só pela bondade dos olhos dele. Pela importância dada às pessoas. Nunca entendi essa viagem de incondicional.

Sem condições? Ah! Sempre tem uma condição. Pra você não, pontinho. Não existem condições pra você. Você aguenta. Porque você é único.

E porque eu te amo.


Artur Schütte

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Clima Natalino

É com grande felicidade que nos aproximamos no Natal! Que legal...
Eu nunca fui muito com com essas datas que só acontecem uma vez por ano, mas dessa vez eu estou me esforçando; coloquei uma foto com gorrinho do Papai Noel no orkut, ajudei a montar a árvore de natal e fiz até um post!
Ah, alguém me disse que se deseja Feliz Natal no dia 24, então...
É, nada; tchau.



Tá, tá... Feliz Natal,

Artur.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Sala

Aquela modesta sala se mostrava curiosa. As paredes amareladas pelo tempo transbordavam um aspecto um pouco sujo; mas também clássico, como naquelas fotografias e livros antigos, onde as bordas ficam amarelas. A sala não tinha espaço o suficiente para muita mobília, somente para muitas histórias. A estante cheia de livros deixava uma exposição aos cultos; os quadros estranhos espalhados pelas paredes deixavam curiosos os que admiravam fotografias. A mesinha de centro feita de ferro e vidro combinava com o tapete abaixo dela, complementando o sofá. Esse sofá, aliás, era bem estranho. Mas a sua estranheza era proporcional a quão confortável ele era. Um deleite. Nas janelas, as cortinas marrons deixavam alguns raios intrusos se apossarem da luminosidade do cômodo, que, por isso, tinha um aspecto escuro. O cheiro de café e cigarro da sala era sedutor e convidativo a nunca sair de lá. A sala não tinha televisão. Ao invés disso, um aparelho de som ocupava o espaço diante da mesa de centro, bem a sua frente, juntamente com garrafas de conhaque. O que se podia fazer na sala era ouvir música, fumar. Também podia-se deixar o silêncio preencher o espaço. Era uma sala charmosa, apesar de tudo. O dono tinha muito orgulho de lá poder ler seus diversos livros, vagarosamente, ouvindo música clássica, sem pressa. Era uma sala que tinha muito a oferecer. Mas ela não era perfeita. Há muito ela foi. Mas as circunstâncias não permitem a perfeição eterna. Faltava alguma coisa. Uma caixa de presentes encostada do lado do sofá, um cheiro de perfume a mais, um cigarro a mais, um copo a mais na mesa de centro. Faltava alguma coisa na sala, alguém.
Faltava ela.

Artur Schütte

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Laico

— Eu sou um pregador sem religião. Eu prego o amor.
[...]
— E você devia vê-lo.


Artur Schütte

domingo, 20 de dezembro de 2009

Mil Perdões

Desculpem-nos por não estarmos postando nada.
É que às vezes dá preguiça de passar as coisas pro papel.
Ou pro blog.

Com amor,
Artur Friedrich

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Quinta-na!

A menos ortodoxa sessão dessa semana traz uma grande novidade:

Se cada um de vós, ó vós outros da televisão
- vós que viajais inertes
como defuntos num caixão -
se cada um de vós abrisse um livro de poemas...
faria uma verdadeira viagem...
Num livro de poemas se descobre de tudo, de tudo mesmo!
- Inclusive o amor e outras novidades.

- E até Quintana que vem, vindo cheio dessas tais novidades!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Tiger Woods


- Uma tacada de mestre.

Alívio

Coluna diz que as chances de Geyse posar nua são 'cada vez menores'

Segundo Mônica Bergamo, revista acha que perdeu o 'timing'

- Ufa, que alívio!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Seus Olhos Escuros

"Ele mencionava um maluco norueguês que afundou um navio como oferenda pela volta da amada. O problema é que o navio não era dele, e deu cadeia. Eu afundaria todos os navios nesta noite, Lavínia. Incendiaria o porto. Só pra ver o brilho das chamas refletindo nos seus olhos escuros."

Marçal Aquino. Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ávida

A saudade de escrever
Ao Santo Ofício fez volver
Como pude me perder de mim diante da minha própria vista?
Assim sem entender,
Será mesmo que sumi sem deixar nenhuma pista?

Não me vejo com sou,
Nem mais mesmo me conheço.
E se conheço, só finjo que me esqueço.
Mas quando na caminhada me pergunto aonde estou,
Disfarço a pergunta, sou apenas o que restou.

E de repente a vida, ávida faceira,
De súbito me rende,
A flâmula do amor estende,
Reacende a já em brasas fogueira
E me faz levantar novamente tão nobre bandeira!

Pedro Dalosto

domingo, 6 de dezembro de 2009

Soneto da Loucura

A verdade passeia pelo coração
Desencorajada pelo cinza
Buscando coragem de uma nova tinta
Pincelada pelo chão

Com medo do escuro
Com vontade de se entregar
Não pense, também, só no mar!
Talvez não exista porto seguro...

Uma hora; vem!
Discreta pelo escuro
Discreta pelo medo

Do seu coração vejo o além:
Um amor mais puro,
A ser eternizado nesse soneto


Artur Friedrich

sábado, 5 de dezembro de 2009

3x1


- Segundo essa gordinha nem sempre três contra um(a) é covardia ..

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Esperança


- Ainda há esperança ..

Quinta-na!

Finalmente depois de tanto tempo para os mais assíduos leitores, Quinta-na! está de volta normalmente e semanalmente, e que venha Quintana!

O problema da solidão não consiste em saber como solucioná-la, mas saber como conservá-la!

- E até desde hoje ortodoxamente até o próximo quintana!

Quem Rir Vai Pro Inferno


- Eai, já tá esquentando?

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sou Aquele Que Vem Em Silêncio

Sou eu que apareço no silêncio
Que venho pelo vento suave
Quanto menos se sabe
Mais se quer

Sou o remexer das folhas
O reflexo da causa
O objeto do puro, a causa da caça
O rascunho que, por perfeição espontânea
Não se amassa

Quem sabe o que há por dentro de mim?
Uma surpresa, um outro jeito, alguma coisa saborosa
Ora tem curiosidade em saber,
Ora apenas sente; adora

Por dentro de mim há tudo
Eu sou feito disso tudo, do segredo
De fora pra dentro
De dentro pra fora


Artur Friedrich

Ônibus

Eu queria fazer uma poesia sobre o ônibus,
sua deselegância, seu tamanho desproporcional,
seu complexo de superioridade, assim mesmo frontal.
Queria falar de suas ultrapassagens e de seu motorista,
que parece grande, mas sempre é pequeno e egoísta.
Queria dizer mais, muito mais, mas não posso,
pois não há rima para ônibus.

José Alberto e Anor Butler Maciel

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cores

Mas qual é a graça? Depois que tudo se vai e que o que nunca se entende é entendido, as coisas mudam. Hoje as folhas não caem mais como antigamente, e seu sorriso não reflete um brilho de sol. Mas o que fazer? Dizem que as coisas são assim. Todo mundo tenta seguir em frente, não me culpe por tentar. Mas é que às vezes tudo perde a graça. Será que o segredo de não saber o que esperar que era toda a surpresa? Não sei. Tudo parece tão previsível agora. Fico só tentando fazer a graça do que eu já sei esperar. Qual a diversão em saber tudo? Não há cores. Se talvez eu tentasse ser um pouco menos atento, ou ser um pouco menos esperto, desse certo. Mas eu não sou assim. Enfim, por favor, devolva minhas cores.

Artur Friedrich

Quinta-na!

Pedro, permita-me postar o Quinta-na! dessa semana; em homenagem a duas amigas.

Os amores são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas os olhos, eles alçam vôo.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mão s
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mario Quintana

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Possível Sombra

Não quero mais tudo que é possível. O Perfeito. Só quero o que eu posso ter. Afinal, quem não quer um amor perfeito? Quem não quer que uma pessoa totalmente diferente de você te entenda, saiba do que você gosta, mas mostre isso com tanta delicadeza que pareça que foi por acaso? Que saiba de toda a verdade, mas que fique a contando devagarzinho, só pra dar mais graça. Que olhe nos seus olhos e descubra que gosta de olhá-los, que poderia fazer isso o dia todo. Que goste tanto de você que nem saiba mais como descrever isso pra você. Que todo dia lhe diga: sonhei com você! E conte um sonho maluco que no final tudo que se vê é o amor.

Mas talvez eu não queira mais isso. Talvez eu esteja só desiludido, mas não acredito mais. O que eu posso pedir é apenas algo que me faça feliz, mas não me faça me sacrificar. Algo que faça com que eu me sinta melhor, mas que não controle como eu sinto. Que eu posso recorrer quando tiver alguma angústia, mas que não faça papel de psicólogo. Que apenas com um olhar e com um silêncio, uma piada seja contada. Algo simples assim. Na qual eu não tenho que me prender. Quando se prende que começam os problemas. Quero ser livre pra voar, mas voar pra onde é bonito.

Artur Friedrich

DA SORTE

Por ventura o azedume não acedeu
O amor continuou forte
Todos saberão que foi a sorte:
Você apareceu


Artur Friedrich

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Quão Certa é A Hora?

“Não é nossa hora”. Estranho, parece que é; eu sinto. “Não parece dar certo”. Tá, dessa vez eu concordo. Não parece dar certo. É mais difícil, quer demais. Mas bem, eu dou certo. Você não. Que riso interno: você não dá certo. Simplesmente não dá, não consegue. Consigo ver as pequenas soluções nesse riso de obviedade. Não é a nossa hora. Não é a sua; corrijo. E nunca será. Mas não fico triste, se - por milagre - for, haverá outro riso. Mas de satisfação. Finalmente alguém o fez. Satisfação indignada. Não é a nossa hora. Não sei não. Já disse que não é a sua? Talvez tenha sido um acerto. Mas você erra quando diz que não é a nossa hora.

Porque a minha é.

Artur Friedrich

Soneto

Aceitarás o amor como eu o encaro?
Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.

Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.

Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.

Que grandeza; a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições; o encanto
Que nasce das adorações serenas

Mário de Andrade

sábado, 21 de novembro de 2009

Olho No Lance!



- Belo lance, belo lance ..

Inapropriado

Aluna com roupa curta provoca tumulto em universidade e vídeo cai na web

Vídeo mostra garotos xingando a garota da Uniban de São Bernardo.
Segundo a PM, ela foi à aula 'com roupas inapropriadas'.


- Cá entre nós, com um corpo desse com toda certeza vestido curto é uma roupa bastante inapropriada ..


Sorriso Emo


- Se ele usasse aquelas franjinhas, calça torada, e um alargador, eu teria pena dessas bandinhas emo, muita pena ..

Impressões


- Engraçado, nunca tinha pensado dessa forma no uso das privadas, vivendo e aprendendo ..

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Velho e O Moço

Essa é mais uma daquelas histórias dramáticas na qual não se quer mais abrir o coração por estar machucado, não querer mais acreditar no amor por achá-lo uma farsa. O homem de aparência velha aproximou-se do rapaz. O dia poderia ser considerado apenas nulo. Não se fazia calor demais, então os pássaros não exigiam um banho. Não se fazia tanto frio; os que passavam pela praça não pareciam precisar de um casaco. As nuvens cobriam com delicadeza o céu, com medo de passar uma imagem de anuvio. Não era essa a intenção. Era mostrar que não era um dia que deveria incomodar.
As lágrimas começavam a encher, ainda sem escorrer, os olhos do discreto jovem, quando o velho resolveu, apoiando primeiro sua bengala, pra depois fazer uma expressão de esforço, se acomodar. Seus olhos azuis pareciam cansados, suas sobrancelhas faziam seu semblante um pouco mais triste, já que eram suavemente caídas. Suas roupas, ao que pareciam, já faziam parte do idoso. Combinavam completamente, como se ele as usasse o tempo todo. Com esse mistério previsível que a conversa se seguiu.
– E a solução é simplesmente fechar seu coração? – começou o velho, virando o rosto para o rapaz de cabelos escuros que tentavam cobrir o rosto.
– Eu não me importo qual seja a solução, só quero esquecer essa dor que me agoniza; só quero que passe – disse, apertando os olhos, evitando que as lágrimas começassem a escorrer.
– Não é o certo – simplesmente disse o velho.
– Você não sabe o que diz! Quem é você pra dizer o que é melhor pra mim? Você vem dizendo o que é melhor ou pior, mas você nem ao menos me conhece! – disse o jovem, aumentando seu tom.
– As histórias se repetem, rapaz.
– Como você pode saber?
O velho coçou a barba e olhou para o céu. Com saudade. Foi ao fundo da alma buscar, de dentro de um baú antigo, uma antiga história. Um baú de reminiscências. O baú das histórias que não deveriam ser contadas, das folhas que não deveriam ser lidas. Mas que seriam. O velho, com um profundo suspiro, começou a ler sua própria memória.
– Corrija-me se eu estiver errado. Para você, a coisa que mais lhe importava era ela. As coisas que você pensava envolviam o bem estar dela. Cada fato engraçado que ocorria, você pensava na maneira mais engraçada para contá-la. Seus sonhos eram simplesmente ela e castelos. O mundo poderia acabar, sobrando apenas ela, que você seria capaz de reconstruí-lo. Por ela, tudo por ela. O momento mais feliz dos seus dias era quando você sabia. “Vou encontrá-la”. E nada poderia te parar. O que te movia, o que te fazia funcionar, era chegar aos braços dela e não soltar. Olhar para os olhos dela e tentar roubá-los. Roubar o coração dela. Tê-lo pra sempre. A ter pra sempre em seus braços, sempre perto de você. Vocês sempre brincavam de quem era mais feliz e de o que fazer, já que vocês não tinham nada a ver. Ela gostava de cantoras estrangeiras. Você gostava de bandas de rock alternativo. Mas, engraçado, ao mesmo tempo vocês combinavam. No domingo, ela pensava em fazer compras, passear, tomar sol. Você pensava em dormir; mas quando ela ligava no final da tarde te chamando pro cinema, você não pensava duas vezes. As coisas eram complicadas, mas vocês se amavam mais que isso tudo.
O rapaz esperou um tempo até responder. Muita coisa se passava na cabeça dele. A confusão de lembranças agora causava-lhe tamanho impacto que não sabia distinguir a história do velho e a sua real história. Passou a mão sobre os cabelos e olhou para o velho. Os olhos do dele estavam muito além do que se podia ver.
– Mesmo que tudo isso possa acontec...
– Mesmo assim – interrompeu o velho –, com todas as coisas bonitas, ela simplesmente se fechou no mundo particular dela e, então, não se importava mais. Deve ter cansado, deve ter achado outro alguém. Mas não foi em você que ela pensou. Em quem ela mais deveria ter pensado. Te deixou, largado em qualquer banco de praça, sem entender o que havia feito de errado, sem saber o que fazer, desnorteado.
– Nem ao menos se explicou – completou o rapaz.
– E nem ao menos se explicou. Simplesmente foi embora – repetiu o velho, como em contraponto.
– Eu não sei mais o que fazer, eu sacrifiquei tanto por ela, eu mudei tanto por ela, tentei me moldar! Agora não sei mais qual a minha forma – disse o rapaz, não sabendo como, confiando no estranho velho que acabara de conhecer.
– Você não acreditaria. Mas vou lhe contar – começou o velho, com um tom de segredo – Você sofrerá. Não há duvida. Até você mesmo sabe disso. Mas, quando a ferida se fechar, você vai aprender que nem sempre é possível ser feliz; não na hora que se quer. Não era a hora. Uns lhe dirão “acontece...”, outros “não era pra ser...”, mas a verdade é que tudo que você é, tudo que você tem de bom dentro de si, será um dia tudo que alguém quer.
– Não entendo como.
– Sabe, rapaz, um dia você verá que, mesmo sem querer, você irá acreditar e confiar de olhos fechados em outro alguém. Seus dias terão razão e mais brilho, e você verá que a felicidade não era só um mito que havia desaparecido. Você só tem que não se importar. Todas as feridas contam uma história. E todas elas formam um homem.
– E que homem você é? – perguntou o rapaz.
– Apenas um velhinho – disse, abrindo um sorrindo.

Artur Friedrich

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Lugar Bizarro


- 'O negócio é adrenalina em duas rodas.'

domingo, 8 de novembro de 2009

O Segredo

Passou-se muito tempo até que ele finalmente descobriu. Já era tempo de saber, depois de tanta procura. Ele já sabia o que fazer; sua dívida não tinha sido paga. Ainda. Ele abriu os olhos e a fitou.

– Descobri – disse ele.
– O quê? – perguntou ela, confusa, ainda passando a mão sobre os olhos castanhos.
– O segredo dos problemas, de todas as coisas. Como resolver tudo. Eu descobri – disse, abrindo o peito de orgulho.
– É sério? – perguntou ela, sem saber ao certo o que falar.
– É verdade. Não pensei que um dia iria conseguir. Não é ótimo? Eu disse que ia descobrir, não foi?
– É... – disse ela com uma expressão estranha, sem convencer.
– Hm... – disse ele, sem entender – Então, vai querer saber ou não?

– Não sei. Como você se sente sabendo o segredo de tudo? Você deve se sentir único.
– Eu me sinto... – ele não soube responder. Olhou pra um ponto invisível, tentando pensar.
– Como? – ela se mexeu um pouco. Sentou-se, mostrando a curiosidade que a incomodou.
– Eu não sei – falou ele, sem se entender – Que estranho.
Uma brisa passou, balançando os cabelos e trazendo um silêncio incômodo.
– É por isso que eu não quero saber – disse ela, finalmente. E se deitou de novo.
– Como assim? – teimou ele, deitando-se ao lado dela.
– Bem – disse ela virando o rosto para perto do ouvido dele – você sabe de tudo, mas não sabe como se sente agora. Eu ao menos não sei de tudo, mas o que eu sinto é bem claro e eu me sinto bem. É tudo colorido pra mim, todos os defeitos que me afligem também me completam. Se não fossem esses probleminhas, o que eu aprendi ser e cada pedaço de mim seria diferente.

O silêncio e o vento vieram até os dois fecharem os olhos de novo. Ele os fechou, teimando em descobrir, tentando entender como, com tudo, poderia não ter nada. Ela fechou os olhos, sorrindo, entendendo que, mesmo com nada, tinha tudo.

Artur Friedrich

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Socorro!

Socorro, não estou sentindo nada!
Nem medo, nem calor, nem fogo,
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir.
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me entregue suas penas?
Já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada!
Socorro, alguém me dê um coração,
Que esse já não bate, nem apanha,
Por favor, uma emoção pequena!
Qualquer coisa,
Qualquer coisa que se sinta!
Em tantos sentimentos,
Deve ter algum que sirva.
Socorro, alguma rua que me dê sentido,
Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada,
Socorro, eu já não sinto nada, nada!

Autor Desconhecido.

Macarrão Árabe


- De como surgiram os conflitos entre cantinas italianas e mulheres muçulmanas.

Pró-Sedentarismo


- Que merda, que merda ..

Você?

Vi meus rabiscos e anotações e percebi que é muito mais provável você escrever pra alguém. Achei que era só eu, então comecei a reparar. A maioria das músicas e das poesias são feitas para um "você". Logo comecei a tentar escrever pra ninguém, para o mundo; não pra alguém específico, que não necessariamente exista. É muito difícil! Não se diz nenhum adjetivo com facilidade, não se tem ninguém pra jogar a culpa, pra desabafar. É quase falar sozinho.
Ao menos me sinto mais normal...

Artur Friedrich

Minha Sina

É ver aquilo que não foi mostrado, escutar aquilo que não foi dito, chorar com uma lágrima que não caiu, ler aquilo que não foi escrito, amar um amor inventado, abraçar aquilo que não veio.

Artur Friedrich

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Resto

Eu queria postar alguma coisa aqui. Não é porque não tem quase nenhum post recentemente, mas é que eu só queria. Sabe? Alguma coisa que não necessariamente fizesse sentido, mas que talvez desabafasse alguma coisa que estava presa aqui dentro. Alguma coisa que demonstrasse minha revolta, ou a minha falta de sorte, ou alguma coisa que me agonizasse. Podia ser alguma coisa que, mesmo que brega, me fizesse feliz. Podia ser um segredo que não me tivesse mais importância, mas que chocasse o mundo. O difícil é que eu não tenho nada disso; não tenho algo que me agonize ao ponto de desabafar, não tenho nada que me faça sorrir sem pensar nas consequências, não tenho nenhum segredo que choque o mundo.
O que me resta é esse post. Não falando de nada, não mudando nada. Não fez ninguém mais feliz ou mais triste. Mas é o que eu tenho.

Artur Friedrich

domingo, 1 de novembro de 2009

Surpresa

Era meio de tarde, o tédio invadia a sala sem pedir pra entrar, quando tive uma ideia. "Vou entrar no blog!", pensei. Fui animado, cliquei no link do meu próprio orkut e esperei. Quando a página apareceu de surpresa, fiquei desanimado.
– Poxa, eles nem postaram nada...
(Que estranho).

Artur Friedrich

domingo, 25 de outubro de 2009

Por Sempre Andar

Por sempre andar, andar
Sem nunca parar
Pequenas coisas vão ficando pra trás
O desejo de aprender
Ficou na segunda escola
O seda da pele
Numa mesa de trabalho
A inocência para amar
Na terceira desilusão
A melodia das palavras
No ruído do avião
O brilho do olhar
Em algum ponto do caminho
A vontade de abraçar
No vício de ficar sozinho
Solitário desde então

Por sempre andar, andar
Sem nunca parar
Pequenas coisas vão ficando pra trás
Tudo foi se desprendendo
Levado pelo vento
Eu sou o que chegou ao fim
É assim que eu me apresento
Com o que sobrou de mim

Herbert Vianna

Extra!


- Hum ..

sábado, 24 de outubro de 2009

Amor, então, existe?

Amor, então,
também acaba?
Não que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se engarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima."

Paulo Leminski

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Quinta-na!

E aí está leitor o semanário quinzenal mais querido deste blog!

Estranheza

Os vivos e os mortos
Sempre tivemos uma coisa em comum:
Não acreditamos muito uns nos outros...

- E até o próximo Quinta-na! Na próxima quinta, na outra ou ainda antes disso, quem sabe?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Adultério


- Porque foi-se o tempo que não era "nada disso" que ele estava pensando ..

Dica de Amigo

Americana é presa por assistir a filme pornô com janela aberta

Mulher deixou a cadeia após pagar US$ 4 mil de fiança.
Vídeo pornô era visível a partir da escola e também da rua.


- Meninos! Fechem as janelas!

Ordem e Progresso


- Servir nunca foi tão tentador ..

Denúncia


- Denúncia: O elemento de trás encontra-se sem capacete.

Video Games


- Wii, acredite, não é tão fácil quanto parece ..

domingo, 18 de outubro de 2009

Nunca

Eu nunca mudei, só não estou igual ao que conhece.

Leandro Rocha

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Desdém

Os versos borrados que saiam-me
Como direção havia de ser alguém
Um mistério destinado
Versos secretos de um apaixonado
Nada superior a isso, porém

Dessa vez é diferente
Escrevo, mas sem compromisso
Teço versos, talvez bonitos
Mas eles não são de ninguém

Finalmente não há discrição
Não há preocupação com um fim
As asas que me deram; vindas do infinito
Me mostraram a liberdade utópica
De escrever uma poesia só pra mim



Artur Friedrich

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Quinta-na!

O semanário está de volta depois de uma semana de esquecimento!

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
Que o vento não conseguiu levar:
Um estribilho antigo
Um carinho no momento preciso
O folhear de um livro de poemas
O cheiro que tinha um dia o próprio vento...

- O tempo pode passar, o vento pode levar, mas tem coisas que nem o tempo e nem o vento vão poder apagar ..

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Post Ateu


- 'Jesus apaga a luz'.

Tributo ao Editor


- Já não é novidade o vídeo, mas como um bom blog está aí a homenagem ao nome de um bom editor (?)

Brasília 40º

Neste calor seco da capital, que tal um banho de piscina?


- Um picolé por favor.

King Size


- Sempre soube que a máfia chinesa, a corte portuguesa e as barcas cariocas estavam interligadas, de alguma forma, valeu King Size, a verdade como ela é.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pense, Lembre

“– Amanhã, hei de pensar que isto foi um sonho! Não poderei acreditar que vi, que toquei, que tornei a falar com você! Mas fique sabendo que é um malvado, Heathcliff! Não merece a acolhida que lhe faço! Foi capaz de ficar e sem dar notícias durante três anos, e nunca se lembrou de mim!

– Lembrei-me talvez um pouco mais de você do que você se lembrou de mim – murmurou ele.”


Èmilie Brontë, O Morro dos Ventos Uivantes

Poemeu de Dúvida Atroz, Atrás, Retrós

Estou mesmo aqui
Ou já saí?
Quem foi que disse
Isso que já esqueci?
As aparências enganam
E a realidade é só
O que elas profanam?
Tudo é um fracasso
Que propõe a flor
E termina no aço?
A vida é apenas dores, ais,
Ou eu só bebi demais?



Millôr Fernandes

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Quinta-na!

O que dizer sobre destinatários e musas inspiradoras?

Madrigal

Tu és a matéria plástica de meus versos, querida...
Porque, afinal,
Eu nunca fiz meus versos propriamente a ti:
Eu sempre fiz versos de ti!

- E até Quintana vem!

O Nosso Amor A Gente Inventa

O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver

Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu

O nosso amor a gente inventa
Pra se distrair
E quando acaba, a gente pensa
Que ele nunca existiu

Cazuza

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Presidensiáveis!

Como bom leitor, cidadão antenado e verdadeiramente preocupado com as causas sociais do país, deve certamente saber que estamos em época de eleições, e não, não digo as do próximo ano, quem aqui está interessado nos presidenciáveis? Estamos falando do VMB! E já que boca de urna e campanha na internet não é crime, muito menos contravenção, seguem a baixo nossas indicações/pedidos de voto, confiamos no seu bom senso caro leitor politizado!


- Agora chega de prolixidade e vota aí até cansar?

Biafra Trip


- 'Rock do voo ..'

Uma Prova de Amor

Manda que eu faço chover
Pede que eu mando parar
Manda que eu faço de tudo
Meu amor, pra te agradar
Uma prova de amor
Uma prova de amor eu dou
se você quiser
Uma prova de amor eu dou
se preciso for
Uma prova de amor eu dou
Quem sabe assim
Você vê todo o bem que tem dentro de mim
Uma prova de amor
Pra ver sua razão
Aprender se curvar pro coração
Faço tudo pra ter você por perto
Faço tudo pra ser merecedor
Eu tiro até água do deserto
O meu coração está tão certo
Que vai ser o dono desse amor
Existia um vazio em minha vida
Existia a tristeza em meu olhar
Eu era uma folha solta ao vento
Sem vida, sem cor, sem sentimento
Até seu perfume me alcançar

Toninho Geraes

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tecnologia


- Tecnologia, aprimorando cada vez mais a arte da sacanagem.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Quinta-na!

E depois de refletir sobre borboletas e jardins que tal uma reflexão sobre a morte?

Reflexão para o dia de finados

Morrer, enfim, é realizar o sonho
que todas as crianças têm...
O motivo? Só elas sabem muito bem:
Fugir... Fugir de casa!

- O tratar sobre a morte, a própria morte, é sempre algo bem paralisante, especialmente para quem morrre. Até o próximo Quinta-na!

Poxa

"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz."

Antoine de Saint-Exupéry

- Não acredito que postei O Pequeno Príncipe...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

DAS ESPERANÇAS

Acha mesmo que desisti?
Uma mancha pode cobrir a esperança
O desastre do finito, eu vi
Mas desapareceu com a luz que o sol lança


Artur Friedrich

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Incrível


- Ainda não sei se o incrível foi a ação policial ou o fato de ter tanta gente dentro do carro!

Exagero

Atrizes são presas acusadas de mostrar os seios para motoristas

Atrizes alegaram que estavam fotografando para um show.
Elas foram presas na Geórgia acusadas de conduta inadequada.


- Aí, olhando bem pras meninas assim, nem achei a conduta 'TÃO' inadequada ..

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Poeminha sem Objetivo

Me elogia, vai!
Escreve um troço, aí!
Não dói não; faz de conta
Que eu morri.


Millôr Fernandes

Poesia

Assaltaram a gramática
Assassinaram a lógica
Meteram poesia
Na bagunça do dia-a-dia

Sequestraram a fonética
Violentaram a métrica
Meteram poesia onde devia e não devia

Lá vem o poeta com sua coroa de louro
Agrião, pimentão, boldo
O poeta é a pimenta do planeta
(Malagueta!)


Paralamas do Sucesso

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Milênios


- Fé, há alguns milênios envergonhando até os melhores fiéis ..

Quinta-na!

Sobre jardins e borboletas!

O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.

- Então, como andam as flores do seu jardim?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Kid abelha .mp3


- Por isso eu só vejo televisão, male male alguém da uma erradinha no hino nacional, já no rádio ..

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Tomara

Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...


Vinicius de Moraes

Tesouro

Em uma das crônicas de Luis Fernando Verissimo, há o seguinte trecho:

"[...] – Você ainda não se deu conta?
– Do quê?
– Meu querido. Elas não conhecem Vinicius de Moraes!
– E o que que...
– Esta é a primeira geração brasileira em muitos anos a passar pela puberdade sem ler Vinicius de Moraes. Intocada por Vinicius de Moraes. Virgem de Vinicius de Moraes.
– Sim, mas...
– Lembra antigamentem, quando a gente começava um verso do Vinicius para uma menininha? O que acontecia?
– Ela terminava.
– Isso. Sabia de cor. Claro que aquilo ajudava. Aproximava vocês. Você mostrava que era um cara sensível e ela se convencia de que, gostando dos mesmos versos, vocês eram feitos um para o outro. Nascia um amor eterno enquanto durasse, mesmo que fosse só uma noite.
– E hoje?
– Hoje você diz uma frase de Vinicius no ouvido de uma menininha e ela pensa que a frase é sua. É a mesma coisa, sem o Vinicius. Elimina-se o intermediário.
– Será?
– Há alguns anos eu estou passando frases do Vinicius de Moraes como se fossem minhas, improvisadas na hora. Poemas inteiros.
– Mas fazem efeito?
– O quê? Elas estão acostumadas com a conversa de garotos da idade delas. Uma espécie de português reduzido às interjeições. Qualquer vocabulário com mais de 17 palavras deixa elas extasiadas. As que não admiram a poesia, admiram a prolixidade.
– Eu não tinha pensado nisso. [...]"


Se conscientize! Cuidado com poemas e frases no ouvido. E leia Vinicius.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quinta-na!

Uma simples reflexão sobre problemas, inimigos e passarinhos.

POEMINHA DO CONTRA

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

- E até a próxima Quinta-na!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Cheia de Manha

Não é novidade para os leitores mais assíduos deste blog a grande admiração pela ainda não tão afamada banda Móveis Coloniais de Acaju. Nossa tão querida banda como parte de seu novo projeto, o álbum C_mpl_te, lançou nesta quarta-feira o primeiro videoclipe referente a décima faixa de seu Cd, segue agora então, 'Cheia de Manha'!


- Não é à toa minha sincera devoção ..

Era Digital


- 'Aguardem nossa próxima promoção!'

Velha Infância


- É isso aí garotão!

Sincero



- Sinceridade, a alma do negócio.

Skate Bear

Urso usa escada para escapar após ficar preso em pista de skate

Incidente aconteceu em Snowmass, no estado do Colorado.
Escada foi colocada após o animal ter sido encontrado preso.


- Como se alguém aqui se espantasse com um urso usar escadas, incrível mesmo foi ele ficar preso em uma pista de skate!

Pressentimento


- Engraçado, nunca me pareceu boa ideia subir na geladeira, estranho pressentimento.