sábado, 20 de novembro de 2010

darei, de algum jeito
um jeito de me ajeitar
porque não aguento mais
ser esse eterno poeta de bar

artur schutte

sábado, 13 de novembro de 2010

destino quis que a gente se achasse
na mesma estrofe e na mesma classe
no mesmo verso e na mesma frase

Paulo Leminski

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tonight We Feel Alive


the taller you are
the harder you fall


four year strong

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Oh, Yes


there are worse things than
being alone
but it often takes decades
to realize this
and most often
when you do
it's too late
and there's nothing worse
than
too late.

bukowski

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Creeps


Talvez um pouco medrosa demais, um pouco mais preocupada com o mundo à sua volta do que deveria. O perfeccionismo ignorante e indelicado que sacode e balança e explode a realidade que não é tão perfeita assim. Talvez mais bonita do que precisaria, talvez um pouco menos sutil do que seria adequado. Mas é assim: suficientemente ideal pra me dar alguma paz e uma irregularidade invejável de arrepios.

a.s

domingo, 27 de junho de 2010

Brinde

Ficaria honrado se fosse usado.

Brindemos mais uma vez
Ao que nos faz feliz:
Esse copo, que desce redondo
E essa mulher ao lado
Que de redonda não tem nada
Obrigado

a.s

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Um Sambinha


Enfim lhe recebo

Honradamente, poeticamente

Como quem abre os braços inteiramente sinceros

Como mais uma esperança vã

De ser perene

Como um simpático sambinha

Que vem suave, mas escuta-se

De um estranho jeito submisso

Comprometido à sua sina:

Que é feito para sambar

E nada além disso.


a.s

segunda-feira, 14 de junho de 2010

É

Que final romântico: morrer de amor.
a.s

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Finally

Now that you fucked up my entire life and all my best feelings, shall we finally dance?

a.s

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Uma Noite Que Dura Meses

Só agora senti que você não mais me pertencia. O por que não sei dizer, talvez seja porque a solidão só apareça depois de uns meses. Talvez porque eu preenchesse o vazio que você deixou aqui com doses de qualquer whisky barato e copos de cerveja sempre cheios. Parece que copos cheios simbolizam companhia, copos vazios simbolizam a solidão. Mas não sei mais pra onde ir, não sei mais aonde pertenço. A alegria dos bares não me invade como deveria, e a festança de uma noite animada já chegou ao fim. Uma noite longa pra uma vida curta, como já diria Hebert Vianna. Mas já não importa. O por que continua incerto, mas talvez seja porque quero que esse copo desgastado seja substituído pelas velhas lembranças, pela tua atual presença, ou por qualquer motivo, ser ou átomo que me afague e me afaste desse estado de penar.

artur schütte

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Culpa

Eu era o culpado, esse crime era meu.

Então lá veio aquele olhar, o mais amedrontador do mundo, o mais temeroso. Veio rápido como o vento, chegou de surpresa. Era aquela mesma menininha que eu havia cansado de não parar de olhar. Pensando bem, não estava tão cansado assim. Mas aquele ódio não parecia uma coisa boa. Talvez fosse o fim, talvez já fosse hora. Mais uma, talvez? Não conseguia raciocinar direito agora. Com o maior peso do mundo ela disse "Você roubou o amor que havia de sobra aqui dentro." "Problema", pensei. Ela continuou "Você não devia ter feito isso! Agora todo meu amor é seu".

Eu era o culpado, esse crime era meu.

artur schütte

quarta-feira, 24 de março de 2010

Gosto Inerente por Passado

Foi um susto mútuo ao se encontrarem. Havia passado mais ou menos muito tempo desde o último encontro. Um desparo insantâneo de coração foi friamente calculado em dois corpos diferentes. Foi então que encontraram-se os olhares. O fluxo flutuante entre eles foi invisível e irresistível. Cheiros e sensações misturadas viajaram pelo ar, ziguezagueando pela úmida brisa do verão. O elo paradoxal entre eles consistia na fala e nos atos. Atos de entrega silenciosa inspiravam os poemas românticos, a fala inspirava as tragédias e conspirava os pesadelos. A frieza na fala revela nada mais do que as cicatrizes talvez abertas que permaneçam em ambos. Mas cada um não consegue sentir ou ver feridas senão suas próprias. You can't feel it anymore.
"Faz tempo que não te vejo." - começou ele.
"Né."
"E como estão as coisas?"
"Tudo normal. Você?"
"Normal."

Silêncio. Faltou o que dizer. O silêncio em si é muito mais coerente do que sua descrição. Dificilmente se fala do silêncio. Ok, fale das árvores, do vento, dos pássaros, da estranha velhinha que passou pela calçada. Mas não tente descrever o silêncio.

"Era mais fácil conversar antes..."
"É mesmo, apesar de tantos problemas"
"Que problemas" Ele se ofendeu. "Havia problemas?"
"Não, não...! Digo, algumas contradições, você nem deve ter percebido."
"É... talvez. Mas então foi culpa minha?"
"Não sei. Talvez, um mistério. Meio contraditório não é?"
"É... mas eu sei que você gosta de velhas contradições."

artur schütte

quarta-feira, 10 de março de 2010

domingo, 7 de março de 2010

Penso, logo twitto?

(...)
Meu pensamento e minha vontade de escrever é tão fragmentada agora que penso seriamente em criar um twitter, só pra não perder essas partículas que vêm em mim de vez em quando.


artur:)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Estes Meus Cantos

"O que são na verdade estes meus cantos?[...]

Como as espumas, que nascem do mar e do céu, da vaga e do vento, eles são filhos da musa - este sopro do alto; do coração - este pélado da alma. E como as espumas são, às vezes, a flora sombria da tempestade, eles por vezes rebentaram ao estalar fatídico do látego da desgraça[...]"

Castro Alves, Espumas Flutuantes

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O Balão Vermelho


Um modesto parque de diversões assistiu ao espetáculo da vida, sendo ele do jeito que for. O sol brilhava com um leve egocentrismo e os pássaros se deliciavam nas pequenas fontes d’água. Os trilhos da montanha-russa rugiam como deveria ser; os carrinhos bate-bate davam prazer ao mais sádico dos motoristas. As crianças corriam de um lado ao outro, levando junto seus pais e a paciência que lhes restava. Era um calor suportável, até certo ponto; insuportável, até outro. As árvores dançavam com o vento que as acariciavam suavemente. Eu não sabia exatamente o que fazer, então fiquei somente observando aquele espetáculo mundano do nada. Minha falta de maturidade ainda faz-me achar graça na rotina mais tediosa, no parque de diversões mais tedioso. Mesmo que alguns gritos, talvez de prazer, talvez de pânico, tirassem parte de minha atenção, continuei com um sorriso bobo no rosto, vendo aquelas crianças clamando por pipoca e algodão-doce. Mas, estranhamente e de repente, tudo se silenciou e ficou em câmera lenta. A pipoca parou de transbordar da enferrujada panela, o algodão-doce perdeu seu açúcar, os carros bate-bate perderam sua inofensiva agressividade e a montanha-russa se emudeceu. Lindamente devagar, aproximou-se aquela que eu esperava. Ela usava roupas simples que a tornavam ainda mais perfeita; cabelo preso, em decorrência do calor. Usava tênis desbotados, sendo que um estava desamarrado. Detalhes de desleixo, mas que não faziam nem mal e talvez bem. As coisas desarrumadas podem ser um tanto agradáveis. Andava um pouco perdida, à minha procura. Se é que me achar é por um fim à sua perda. De qualquer jeito, mostrou-me o sorriso que eu estava esperando ver, quando me viu. Eu o retribui. Ela trazia um simpático balão vermelho, no qual fez questão de desenhar um sorriso. Não entendi o porquê do sorriso na flutuante bola que teimava em subir aos céus.
– Por que o sorriso no balão? – perguntei, mostrando em meu semblante que achava-a totalmente boba.
– Tentei adivinhar a cara que você faria quando me visse. Desenhei o melhor dos sorrisos – disse ela, como se vencendo a batalha – E acertei.



artur schütte

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Quinta-na!

Não tenho nenhuma boa desculpa para o Quinta-na! ser na sexta.


"Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.

E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.

Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo..."


Até o próximo Quinta-na!, não assegurando que será na quinta.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ladra de Lábios


Mas que garotinha ladra,
Com um jeito traiçoeiro
Em uma das mãos roubou-me uma foto
E na outra roubou-me um beijo!




artur schütte

domingo, 24 de janeiro de 2010

A Íris Castanha


Fazia tempo que eu não a via que fiquei um tanto desconcertado quando aquele sorriso brilhou nos meus olhos de novo. Ela chegou, quase com uma música de fundo, triunfante. Ela sabia pra onde olhar, ela sabia que havia de olhar pra mim. E como eu gostava de olhar até o fundo da sua alma só pela janela de íris castanha dela. É como se houvesse uma conversa entre olhares e expressões, um discurso mudo. Mas foi aí no meio de um discurso tristemente mudo que joguei as primeiras palavras pro alto.

– Não poderei ter você por muito mais tempo.

Um silêncio engoliu tudo em volta, como em momentos que sua cabeça perde totalmente o foco para só um objeto, e o resto fica borrado; ela pediu, com uma cara de fiel curiosidade e desentendimento.

– Explica.

O problema maior é que eu não sabia ao menos explicar. Não sabia explicar como era possível eu dizer palavras horríveis para um momento bonito. O reencontro foi marcado, afinal, pelo desencontro.
Mas eu devia alguma resposta a ela. Aquele sorriso que desaparecera merecia alguma explicação. Eu tentei, disse que não conseguiria mais, não podia mais. Estava me sufocando, como se eu tivesse chegado a um ponto que me obrigasse a tomar uma decisão, e eu não queria tomar qualquer decisão. É como se o mundo estivesse cobrando alguma ação. Reclamo e jogo a culpa ao mundo, às estrelas, ao destino ou em qualquer responsável por tamanha injustiça. Porque não era pra ter sido assim. Mas não sei se um dia será, enfim. Não conseguia esconder dos meus gestos e palavras quão ideal ela era. Mas ela era perfeita pelo motivo de sermos bons um ao outro; se houvesse qualquer laço forte de dependência, seria o fim. O desastre incorrigível que destrói as coisas boas e espontâneas de viver. Seu corpo era inteiro diversão, sorrisos e vontades. Ela sabia jogar, e nós jogávamos no mesmo time. Mas, voltando ao mundo parado em nossas palavras e olhares, ouvi algo que eu não esperava.


– Eu não quero estragar também, não é pra estragar essa espontaneidade que existe entre a gente. É algo gostoso que eu não sei explicar, que vem dentro de mim e só me causa vontade de ser quem eu sou, sem me esconder, como se eu realmente não precisasse fingir – ela disse isso com o maior sorriso, aquele que eu adorava, como se estivesse pensando “como ele consegue pensar desse jeito?”. Pensávamos iguais, e essa era a nossa dádiva.

Decididas as mais ou menos certas decisões, olhei a última vez nos olhos dela e tentei trasmitir tudo de bom que eu sempre ofereci e disse. Ela era a única excessão. Mas resumi tudo em três simples palavras.

– Você é demais – e ela sorriu.

Ela realmente era.



artur schütte

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

DOS SABORES


Experimentarás os sabores da vida em câmera lenta,
Ou ficarás neste teimoso “não experimento, não gosto”?
Saibas que poucos têm a ousadia de não temer o remorso
Para sentir na ponta da língua as maiores delícias que o homem

[inventa


artur schütte

Turbilhão Barulhento de Denúncias


Não consigo mais me esquecer daquele pôr-do-sol tranquilo e laranja amarelado que me fez lembrar que tudo na vida pode ser perfeito, mesmo que por alguns segundos. A perfeição vai diminuir dolorosamente e em câmera lenta junto com o sol. Daí que dizem que a escuridão é triste. Dizem os mitos serem verdadeiros. Mas as aparências nunca são tão óbvias. Por isso jogo nessa folha em branco, mais uma vez, todos os problemas da minha vida e todas as minhas experiências, como um empirista que o bastante já viveu para contar. É quase uma obviedade que o amor envolva tudo que faz mal e bem ao mesmo tempo. Mas direciono discretamente esse pensamento, porque há os que pensem que amor é só bondade. Já vistes por acaso amor sem sofrimento e sem lágrimas de tristeza? Tudo bem se não, porque você não tem olhos como os meus, que enxergam. Sua cegueira abandona tudo que pode ser verdadeiro. Já disseram-te que a maldade está nos olhos de quem a vê? Talvez a maldade esteja nos meus nesse instante, mas também está contido neles a verdade que ausenta-se nos seus. Porque eu sei o que é o amor, eu sei me entregar. Eu sei sofrer honradamente. Mas você? Não guardo receios ou decepções pelas palavras de amor ingenuamente falsas que já recebi de teus lindos lábios. Você apenas não sabia o que estava dizendo. Não era uma mentira, você só não sabia. E essas linhas continuam preenchendo o papel que me recebe; o discreto direcionamento já vira um turbilhão barulhento de denúncias. Por fim, portanto. Uma expectativa guardada desesperadamente pede de joelhos que você descubra um dia tudo aquilo que pode tornar cada um uma pessoa mais forte e melhor. Eu quero você melhor. Porque você não ama; você não sabe o que é o amor.



artur schütte

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Vento do Norte


Já até imagino que meus olhos não sejam tão seus, apesar de terem sido alguns invernos atrás. Nessa busca infindável por felicidade eu às vezes me tranco nas próprias vontades e esqueço que não se controla o que se sente. Por segundos eu iria tão fundo que é impossível imaginar; vejo tais besteiras que passam pela vida e não consigo me conformar. A conformidade não passa, também, de uma forma mais ou menos aceitável de achar normal; ou de apenas deixar passar, pode-se deixar como está e simplesmente ser indiferente. Tenho alguns surtos indiferentes, mas não é como eu sou agora. Apesar de tudo, vim rabiscar essas palavras tolas em busca do que eu realmente sou; das descobertas estranhas que fazem com que eu sorria sem você. Só é difícil. Nessas difíceis decisões no escuro que eu descubro que a vida não é tão fácil assim depois de tudo que eu já dividi e sonhei. Até porque é incompreensível a divisão e sonhos por si só. Havia mais alguém que outrora estava aqui. Continuo tomando essas decisões que não sei dizer se são certas ou erradas; busco em ventos do norte algum motivo que eu esqueci pra jogar tudo pro alto e voltar atrás de quem tem o segredo de causar meu sorriso mais sincero.


artur schütte

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Tão Simples Decisão

Assim que nasci recebi em uma caixa uma misteriosa criatura da qual seu criador ainda discute a autoria. Há quem a julgue breve como um piscar de olhos, geralmente os mais velhos; há também quem já a julgue uma imensidão sem fim, fatalmente os mais jovens. A misteriosa criatura de dentro da caixa foi dada a mim, uns dizem que como uma espécie de presente, outros já apontam como uma responsabilidade da qual só eu mesmo devo cuidar, ainda que por repetidas vezes os pegue cuidando da minha. Diante de sua complexidade, já somam incontáveis as investidas de tentativas para sua explicação, porém, muito mais simplista, tenho a encarado como um caminho turvo, escuro, cheio de incertezas e desafios, o qual certamente entendi que não conseguiria percorrer sozinho; não por medo ou fraqueza, acontece que seu escuro é realmente sombrio. Por mais doloroso que seja devo entender que um dia a caixa de súbito se fecha e minha criatura para sempre se vai, sendo essa sua finitude a única certeza anunciada. Não fui tão ousado tampouco prepotente de nomear a criatura da caixa, quando a recebi já a haviam por um nome batizado, chama-se vida, e a mim só coube a tão simples decisão, vivê-la assim, até o fim, sim ou não.

Pedro Dalosto

Manchete



- Acidente grave, polícia é chamada e confirma ferimento nos acidentados ..

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Daqui de Dentro


Eu somente respiro as coisas que existem
Só espero o que pode vir
Não sei se um dia virão de verdade
Mas não quero cansar de pedir

Já que nisso não quero é perder tudo
Amanhã a gente não sabe
Mas hoje a gente pode tentar
Esse tal de futuro...

Odeio, daqui de dentro
Essa mania de expectativa
Esse vício de esperar um dia
Essa falta de sentimento

Vamos só brindar! E correr atrás
Porque a semana passou rápido
E a vida passa muito mais.



artur schütte

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Aos Meus Amigos Com Carinho


Privilégio do mar

Neste terraço mediocremente confortável,
bebemos cerveja e olhamos o mar.
Sabemos que nada nos acontecerá.

O edifício é sólido e o mundo também.

Sabemos que cada edifício abriga mil corpos
labutando em mil compartimentos iguais.
Às vezes, alguns se inserem fatigados no elevador
e vêm cá em cima respirar a brisa do oceano,
o que é privilégio dos edifícios.

O mundo é mesmo de cimento armado.

Certamente, se houvesse um cruzador louco,
fundeado na baía em frente da cidade,
a vida seria incerta... improvável...
Mas nas águas tranqüilas só há marinheiros fiéis.
Como a esquadra é cordial!

Podemos beber honradamente nossa cerveja.


Carlos Drummond de Andrade

Perfect


— Cass, I'm sorry you've tried to kill yourself because of me.

— Oh... That's o.k, Sid.

— I realized something. I've been idiot.

— Yes.

— And I was hoping that maybe you give me another chance.

— Oh...Wow Sid! Cool! You're so lovely...

— Great.

— If I wasn't hanging up with Simon, that would be amazing.

— Simon?

It's me.

— We've got so much in common.

Depression, self-destruction...

— He knows that we won't got a physical thing 'cause I don't do this anymore.

I'm still hoping you change your mind.

I won't. You see? It's also exciting! He wants me.

I do.

And he can never have me.

I'm hopeful.

It's pefect, isn't it?



Skins, Primeira Temporada, Episódio 7

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Credibilidade Online


Pesquisadores Sul-Coreanos afirmam que homossexualidade pode se manifestar ainda na infância

Estudos recentes revelam que traços de comportamento podem indicar sexualidade.
As brincadeiras da criança podem ter significado além do esperado.


- Certamente os pesquisadores acessam o youtube.

Caixa de Feridas Indignas


Mais um dia
a agonia
de uma alegria
persegue quem não a quer
acorda doentes
cura dementes
outrora
separa
quem se quer
charmosos casais
de um mesmo lar
que causa conflito
que causa barulho
no bater de um tambor
ou no voar de um mosquito.
Já decides o futuro ler
o que hei de fazer
é parar de lutar do imprevisto
acreditar no que pensei
me esconder no perdido
nos livros que havia lido
que agora não sei.
Não esperarei mais nada
pois essa caixa maligna
que se chama vida
não cura minha ferida
dessa dor indigna.
Deixarei apenas
dores serenas
ou alegrias que dispenso
pra ver no amanhã
nos sorrisos que não se acham
nem se procuram
um mundo de quem
sem esforço ou pena
por pura vontade
só me quer bem.



artur schütte

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

1302

Da janela do décimo terceiro andar de um tradicional edifício do centro da cidade, um brado agonizante quebrava o sepulcral silêncio da madrugada:

— Volta! Para aonde você foi? Volta!

Assim gritava um sempre discreto e introvertido senhor morador do prédio.

— Quem deixou você sumir de mim?! Quem? Vamos, me respondam!

Uma a uma as luzes dos apartamentos vizinhos se ascendiam, cabeças iam surgindo nas janelas, enquanto o choro dos bebês certamente acordados pelo senhor do décimo terceiro andar, em harmonia dissonante com o latido dos cães davam um tom oficialmente trágico a madrugada.

— Volta! Você era tão jovem, tão cheio de vida! Não é possível que tenha ido tão longe! Parece que ontem mesmo ainda estava aqui!

Aos poucos uma pequena multidão se formava frente ao edifício, o porteiro, um garagista, três mendigos e agora dois policiais que chegavam em uma viatura de luzes ligadas pintando a madrugada de vermelho.

— Você era sempre tão cercado de amigos! Tão alegre! Mas agora aonde estão seus amigos, aonde está você?!

Se juntavam a pequena multidão alguns moradores ainda em trajes de dormir, e alguns outros moradores e porteiros de prédios vizinhos. A união da fala de todos formava um uníssono incompreensível de perguntas e comentários, até que uma voz firme e em tom autoritário sobrepõe o burburinho da multidão:

— Alguém aqui sabe quem é esse senhor? Seu nome? Indagou um dos policiais.

— O nome eu não sei não senhor, mas ele é morador do 1302. Respondeu o porteiro.

Enquanto ensaiava uma outra pergunta o policial é interrompido por mais gritos:

— Volta José Alberto! Volta! Você era tão apaixonado pela vida, tão cheio de esperança, de sonhos! Me arrependo tanto de ter tentado esconder você verdadeiramente de todos!

E o tempo passava, a está altura a multidão nem poderia mais ser chamada de pequena, populares e transeuntes já somavam dezenas, outras viaturas já cercavam o local.

O senhor agora não mais gritava de dentro de seu apartamento, estava em pé no parapeito da sacada, a tragédia anunciada ganhava agora tom fatal, a ansiedade da multidão e os empenhos na busca de se descobrir quem era José Alberto já davam lugar ao desespero e resignação total.

— Ah meu Deus! Como pude te perder assim?!

Através das informações já colhidas com vizinhos sabia-se que o senhor nunca fora casado, tampouco tinha filhos e sem amigos de conhecimento público, o nome José Alberto permanecia uma incógnita ainda distante de ser desvendada, e cada segundo que passava parecia ser mais tarde demais.

O senhor lentamente se inclinava enquanto olhava para baixo e gritava por José Alberto que parecia longe de aparecer, a multidão já se afastará da calçada temendo o pior, que logo aconteceu.

Os cabelos grisalhos do senhor em uma fração de segundos perderam-se do parapeito e ganharam o chão da calçada, não havia mais volta e José Alberto seja lá quem fosse não havia voltado, até que da portaria do edifício com uma conta telefônica na mão sai ofegante o porteiro dizendo:

— É ele, ele é José Alberto, o senhor do décimo terceiro é José Alberto, está aqui na conta do 1302!

Ao olhar o corpo estendido na calçada percebe que já era tarde, e assim como os policiais, moradores, mendigos e toda a multidão silenciosamente incrédula, sai à procura de si mesmo e de seus sonhos, antes que de tão distante como para o senhor do 1302 fosse tarde demais para voltar.

pedro dalosto

Dois em um


- Sorte, um dia de sorte.

Novidades



- Cama, churrasquinho e agora batida, aguardem mais novidades da linha de produtos 'de gato' ..

domingo, 10 de janeiro de 2010

DOS PERFUMES


Estamos em bolhas diferentes, meu bem
Mas ainda consigo sentir seu perfume daqui...
Por quanto penarei teu afago ausente?
Só espero que nossas bolhas estejam coladas
Pra um dia
(Quem sabe!)
Matar todas as saudades que doem em mim
E fazem-me lembrar da saudade infinita e pesada
Que eu tenho de ti.



artur schütte

sábado, 9 de janeiro de 2010

Filmes de Sucesso


- Expresso Polar?

Grandes Bostas

Americano usa 54 toneladas de esterco para escrever mensagem para mulher

Dick Kleis escreveu: 'Feliz Aniversário, te amo.'
Ele levou apenas três horas para fazer a homenagem.


- Estão dizendo que a mulher achou uma merda, uma bosta, não não, muita merda, muita bosta ..

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Beach Marketing


- '30, 60, 90, segundos', você nunca viu condições como essas na praia!

Quinta-na!


Férias, e você sabe que dia da semana é hoje? Não? Nem a gente, portanto vamos lá, que seja quinta, Quinta-na!

Solau À Moda Antiga

Senhora, eu vos amo tanto
Que até por vosso marido
Me dá certo quebranto...

Pois que tem que a gente inclua
No mesmo alastrante amor
Pessoa, animal ou cousa
Ou seja lá o que for,
Só porque os banha o esplendor
Daquela a quem se ama tanto?
E sendo desta maneira,
Não culpeis, por favor,
Da chama que ardente abrasa
O nome de vossa rua,
Vossa gente e vossa casa

E vossa linda macieira
Que ainda ontem deu flor...

- E até a próxima quinta de verdade ou de mentirinha, mas que seja Quinta-na!

Aquela com A


agora sairá algo
algo de dentro de mim
mais sincero
que a própria sinceridade
mais real
que própria realidade
mais profundo
que a própria profundidade
algo que
as estrelas não prevêem
algo que
não conseguiria viver sem
algo que
não entendem
os filósofos mais brilhantes
nem as incógnitas mais constantes
algo que
nem a maior força muda
algo que por si só
flutua
o mundo sem isso pararia
sem isso
nada se corrigiria
algo
que não sei explicar
só sei dizer o quê:
eu amo você.



artur schütte

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A Lagoa Sombria

O jovem andava incerto pela casa, indeciso se deveria ir olhar o inacabado quebra-cabeça no quarto ao lado ou se deveria ir à sala para sentar-se e pensar sobre o vazio. Sua face era inexpressiva. Seus olhos mantinham-se fixos num horizonte infinito e invisível, talvez em um mundo de fantasias ilusórias onde somente ele poderia ver; enquanto sua boca mantinha-se fechada sem esboçar qualquer sorriso ou tristeza. Resolveu-se por ficar no mesmo local; a falta de vontade de mover-se impedia-o de qualquer atitude. Faltavam-lhe motivos para fazer qualquer coisa. Por final pegou seu já surrado celular e começou a vasculhar suas antigas mensagens que lhe trouxeram talvez uma lembrança de qualquer fato alegre, mas que se manteve interna. Finalmente, com a necessidade por oxigênio quando demora-se no fundo de uma lagoa sombria, o jovem deita-se em sua bagunçada cama, com travesseiros aqui e lençóis acolá; mira seus olhos ao pálido teto e deleita-se em vagos pensamentos nostálgicos de algo que passou suavemente por suas taciturnas memórias. Se algo ou alguém fosse capaz de descobrir o que se passava pela mente do austero adolescente, decerto descobriria que a causa de sua angústia é a teimosa ausência de teu amor no alcance de teus braços.

Artur Schütte

domingo, 3 de janeiro de 2010

2010

Alegre-se com a nova manhã que chega
Com o sol renovado que nasce do amarelo
Come coisas novas, conheça gente, com areia faça um castelo
Afinal, desde quando experimentar pesa?

Pense em algo novo pra sentir, também
Corra, dance, pule, sorria!
Ninguém sabe, um dia
A morte não avisa quando vem

Não sabe do que falo?
Explico, de um jeito meu
Onde entender todos poderão

Viva este ano!
Depois de tantos que você já viveu,
Antes de tantos que ainda virão...


Artur Schütte