sábado, 1 de agosto de 2009

Fiel Receio de Uma Esplendorosa Entrega

Amar – confesso – nunca foi uma virtude
Não minto. Houve o tempo
Em que amar era meu talento
Mas de forma triste e melancólica:
Amei justamente as mulheres que ter não pude.

Meu coração amiúde
Adormece de tristeza
Chora de tanta pobreza
Do amor que tantas vezes une

Um dia enfim, acorda-se para a vida
Acha-te talvez um peito fiel
Mas o receio impede a entrega
Não, não é sandice
Tantas vezes tua cega entrega não foi correspondida,
Tantas vezes tua miséria não foi impedida!

Insistente é o déspota querer
Que tantas vezes arrisca
Procurando o amor em cada canto
Um par para liberar teu encanto

Finalmente encontro você, sonho
Que mostrando-me que tudo pode ser mudado
Transforma meu coração malfadado
Num incomparável esplendor
Calando de vez, com a tua presença, a dor
De meu dantes coração machucado


Artur Friedrich

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