Testamento

A ti deixo de mim meu carinho e meu afago,

Dos braços acalanto e proteção,

Quanto ao coração, deixo-te todo, ainda que não seja meu,

Já que ainda em vida foi ele sempre todo teu.

De minhas mãos deixo-te a lembrança,

Esperando assim que ela não suma

Lembrança do dia que em que nossas mãos eram como se fossem só uma!

Dos olhos o amor e saudade de quem te vê de longe,

E dos abraços a paz de quem nos braços te esconde.

Por fim leitor, se perguntares a mim se me convém,

Respondo-lhe convicto,

Que mal há em um homem deixar a sua pequena tudo o que de mais precioso ele tem?

Pedro Dalosto.